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Da lavoura à indústria, tecnologia impulsiona a produção de alimentos

O crescente uso da inovação e de tecnologias mais avançadas levaram o Brasil ao posto de quarto maior produtor de alimentos do mundo. Com uma produção anual em torno de 1 bilhão de toneladas de commodities, somando grãos, cana-de-açúcar e carnes, o País também alçou a liderança na exportação de alimentos industrializados. A tecnologia possibilitou o processo tanto no campo quanto na indústria. Esse foi um dos principais temas discutidos no Seminário Alimentos, realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em parceria com o Estadão, no dia 12 deste mês, na capital paulista.

“O processamento de alimentos surgiu há mais de 2 milhões de anos e existe para melhorar a conservação dos alimentos, a biodisponibilidade de nutrientes e torná-los mais seguros. Hoje, a indústria enfrenta uma onda de terrorismo grande contra essas tecnologias”, afirmou o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), João Dornellas.

No âmbito da produção primária, foram também diferentes tecnologias que permitiram o aumento da produção, disse Francisco Matturro, presidente do Lide Agronegócios e ex-secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

“A agricultura hoje é pesquisa e ciência. Há 20 anos, não se dominava a transgenia. Hoje, a transgenia é melhoramento, é mais produtividade e controle de pragas”, disse Matturro.

Outra tecnologia utilizada na produção agropecuária abordada por Matturro foi o uso de defensivos químicos. Ele lembrou que o Brasil é um dos países que mais avança na adoção de biodefensivos e biofertilizantes. De acordo com ele, o Japão gasta US$ 95 em defensivos por tonelada de alimento produzido, enquanto a Coreia do Sul desembolsa US$ 47 por tonelada, a França e a Alemanha gastam US$ 18 por tonelada, os Estados Unidos, US$ 11 por tonelada, e o Brasil, por sua vez, aplica US$ 8 de defensivos agrícolas por tonelada de alimento produzida.

“O uso de biológicos cresceu 68% no ano passado. Temos de caminhar na direção da pesquisa para continuar fornecendo alimentos saudáveis para a indústria processar matéria-prima de boa qualidade”, disse. A indústria alimentícia processa 60,9% da produção agropecuária brasileira.