O setor de meios de pagamento começa a se movimentar de forma mais intensa para capturar os pagamentos entre empresas – muito mais volumosos que os feitos por pessoas físicas -, mas ainda muito dependentes de métodos tradicionais, como boleto e TED. Por trás da corrida estimada em R$ 5 trilhões anuais está a constatação de que o Brasil se aproxima cada vez mais da maturidade na participação dos pagamentos eletrônicos no consumo das famílias, graças ao crescimento do Pix e dos cartões.
No primeiro semestre deste ano, a indústria de cartões movimentou no Brasil R$ 2 trilhões, um crescimento de 11,2% em relação a igual período do ano passado, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços. O Pix, por sua vez, movimentou R$ 2,4 trilhões somente em julho, segundo o Banco Central.
Apesar dos números representativos na economia, esses dois métodos são superados em tamanho pela TED – sigla para Transferência Eletrônica Disponível, uma forma de movimentação de dinheiro que permite que os valores entrem na conta dos beneficiários no mesmo dia, dependendo do horário em que a transação é feita. Apenas em julho, as TEDs foram responsáveis pela movimentação de R$ 3,8 trilhões. A prevalência desse método de transferência, menos ágil que os outros dois, é uma amostra da preferência que as empresas dão a modelos tradicionais para fazer seus pagamentos. O setor de meios de pagamento quer reverter essa tendência.
“Atrás dos estabelecimentos comerciais, na cadeia inteira, são quase R$ 5 trilhões em volume financeiro que não é capturado por nenhuma transação eletrônica”, afirma o vice-presidente de Novos Negócios da Visa no Brasil, Eduardo Abreu. “É aqui que vemos uma oportunidade muito grande de continuar crescendo os meios de pagamento.”