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Baixa execução do Orçamento em 2025 ajuda a criar ‘poupança’ para eventuais bloqueios, diz Planejamento

A baixa execução do Orçamento no início de 2025 ajudou a criar uma espécie de poupança para eventuais bloqueios de despesas nos próximos meses, segundo o Ministério do Planejamento.

Uma ferramenta de transparência lançada pelo órgão nesta terça-feira (1º) mostra que os ministérios executaram R$ 24 bilhões até o fim de março. O valor equivale a cerca de 30% dos R$ 82,83 bilhões efetivamente disponíveis até o fim de abril.

Ainda que o montante executado cresça até o fim deste mês, o ritmo dos empenhos (primeira fase do gasto, quando é feita a reserva para futuro pagamento) indica que o valor se manterá abaixo do limite autorizado.

Para a equipe econômica, essa é uma sinalização importante a ser dada ao mercado financeiro, uma vez que uma série de despesas obrigatórias ainda não foi incorporada ao Orçamento de 2025, recém-aprovado pelo Congresso Nacional, o que demandará ajustes.

Para acomodar esses gastos, que incluem benefícios previdenciários, o governo precisará cortar despesas discricionárias, como ações de custeio e investimentos. A baixa execução viabiliza a reserva que, depois, será alvo dos bloqueios necessários.

“Estamos fazendo uma poupança. Como a gente está cadenciando a execução, a cada mês estamos liberando um pouco mais. Mas, lá para dezembro, no último mês, o que sobraria lá de saldo dá em torno de R$ 70 bilhões”, disse o secretário de Orçamento Federal, Clayton Montes.

O valor de R$ 82,83 bilhões autorizado até o fim de abril considera as regras da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que balizam a execução provisória das despesas até a aprovação do Orçamento.

Em 21 de março, o governo decidiu editar um decreto restringindo ainda mais o limite de execução do Orçamento, como antecipou a Folha. O ato estipulou um teto de R$ 50,1 bilhões até maio.

Mesmo tomando este valor como referência, a execução dos três primeiros meses ficou abaixo do permitido. Os R$ 24 bilhões já empenhados pelos ministérios representam 47,9% do autorizado.