Documentos enviados pelo Ministério da Justiça à Câmara há alguns dias revelam que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) passou cinco meses inspecionando o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
A inspeção aconteceu antes da crise que levou a 37 pedidos de exoneração às vésperas da prova do Enem no ano passado, com denúncias de assédio moral e ingerência do presidente do órgão. A informação sobre a presença da Abin no Inep consta na resposta do Executivo a um ofício do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) no âmbito de denúncias feitas por servidores, segundo as quais um policial federal teria acessado o local de conferência das provas.
Segundo servidores do Inep, a Abin fez oficinas e checou o sistema de segurança para sugerir melhorias. A inspeção fez parte do Programa Nacional de Proteção do Conhecimento Sensível (PNPC). O órgão de inteligência disse à Coluna que a intenção seria a prevenção de ataques e vazamentos de informações, visando a proteção das instituições nacionais.
A resposta enviada ao deputado Alessandro Molon diz ainda que a Abin produziu “um longo e completo relatório sobre a segurança dos ambientes e dos processos relacionado à produção de provas, como o Enem”.
As questões do Enem são elaboradas e guardadas na chamada “sala segura” do Inep, onde só pessoas autorizadas podem entrar, depois de inspecionadas. Nada disso, porém, impediu que aparecessem denúncias de que pessoas não autorizadas, ligadas ao governo, também teriam estado na sala e tiveram acesso à prova.
Fonte: O Estado de São Paulo
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