A despeito da grande aprovação de seus dois governos na Prefeitura de Salvador, ACM Neto, candidato ao governo do estado, tem grandes desafios à frente para alcançar o sonho de governar o estado administrado três vezes por seu avô.
A indefinição de qual candidatura apoiar no plano nacional, com reflexos positivos no estado para sua estratégia eleitoral, é um entrave momentâneo que não pode ser prolongado por muito tempo, sob pena de gerar a dispersão de votos.
O argumento da estadualização da campanha, tão caro aos “netistas”, como se a eleição na Bahia e a disputa nacional fossem estanques, dificilmente ser dará na prática, o que acende uma luz vermelha no fim do túnel até o distante dia 2 de outubro.
A manutenção do arco de alianças, tão bem construído ao longo dos oito anos em que governou a capital do estado, é necessária e deve estar dentre as prioridade do ex-prefeito. O momento, como é natural, é de muitas especulações, mas se a debandada de partidos acontecer o enfraquecimento da candidatura será inexorável.
A modulação do discurso é outro desafio de ACM, certamente um dos mais complexos em termos de conteúdo de sua candidatura. Ele se declara não bolsonarista, mas os deputados federais do DEM – Paulo Azi, Arthur Maia, Leur Lomanto, Anderson Machado de Jesus e Elmar Nascimento – votaram em peso nas pautas bolsonaristas nos últimos três anos. Nada indica que os deputados mudarão o comportamento em 2022, o que proporcionará ao PT e aliados farta munição para alvejar seu principal adversário na disputa pelo governo do estado.
Para ACM Neto, será um desafio e tanto colocar em prática a complexa teia de malabarismos verbais visando apartar-se dos posicionamentos de seus aliados que exercem mandatos na Câmara dos Deputados.
A vinculação do trio ACM Neto, deputados federais do DEM e Bolsonaro pode ser fatal.
Bacharel em Marketing, especialista em Marketing Político, Mídia, Comportamento Eleitoral e Opinião Pública (UCSAL), editor dos sites Alagoinhas Hoje e Bahia Hoje News
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