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Segundo turno colocará em risco vitória de ACM Neto – Maurílio Fontes

A estratégia de desalinhamento de ACM Neto de candidaturas à presidência da República poderá funcionar no primeiro turno na disputa pelo governo da Bahia, mas dificilmente obterá êxito na segunda vuelta (como se diz em países de língua castelhana). Neutralidade na provável disputa entre Lula e Bolsonaro será impossível e não dará ao ex-prefeito de Salvador margem para manobras verbais e espaços que lhe permitirão ficar alheio à refrega nacional.

A arriscada opção por Bolsonaro seria a única alternativa, visto que o espaço lulista estaria ocupado pelo candidato do PT sem necessidade de nenhum tipo de manobra, em razão da óbvia vinculação entre o ex-presidente e o postulante do partido que governo o estado desde 2007.

Liquidar a fatura no primeiro turno, uma possibilidade alardeada nos bastidores pelos correligionários de Neto após as trapalhadas petistas, é uma possibilidade, mas pouco provável, ainda mais se a candidatura do ministro João Roma for levada às últimas consequências, embora suas dificuldades sejam maiores do que as esperadas pelos operadores políticos do governo federal.

O eleitor de João Roma não tem perfil para votar no PT e no primeiro turno poderá garantir a não conquista de índices importantes para a frente numérica de ACM Neto. É preciso considerar que percentual dos votos obtidos por Roma em alguma medida migrarão para secretário-geral do União Brasil no segundo turno.

Para Neto, o tempo pode ser um complicador, pois os elevados índices atuais precisarão ser mantidos até 2 de outubro, garantindo energia e empenho de seus correligionários. A perspectiva de vitória é um potente afrodisíaco.

Ao contrário, para Jerônimo Rodrigues o tempo é fundamental visando ampliar seu nível de conhecimento, hoje, certamente, muito aquém do patamar necessário a um pré-candidato ao governo da Bahia. A comparação com Rui Costa, forma de animar os petistas, carece de sustentação e não assegura que variáveis pretéritas terão impacto na eleição de 2022.

Na complexidade da eleição não existem caminhos fáceis e a maioria das variáveis são incontroláveis.

No momento, os times estão incompletos e existem camisas a serem distribuídas até 2 de abril. A bola nem está na marca da cal para o pontapé inicial. Mas o jogo promete grandes emoções.

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