O presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu nesta quarta-feira (27) com representantes do WhatsApp no Brasil.
Após o encontro, tanto o WhatsApp como o ministro Fábio Faria (Comunicações) confirmaram que o lançamento da nova ferramenta do aplicativo que permite grupos com milhares de pessoas somente ocorrerá após as eleições de outubro.
Na prática, o resultado da reunião significa uma derrota do presidente, que queria forçar o WhatsApp a iniciar o uso da ferramenta antes das eleições, com o objetivo de utilizá-la em sua campanha à reeleição.
Segundo relatos obtidos pela Folha, a reunião durou cerca de uma hora e começou com o presidente insistindo para que a estreia fosse antecipada. Ao final, Bolsonaro teria concordado com os argumentos dos representantes do WhatsApp e com as ponderações do ministro.
Participaram do encontro com o governo o diretor de políticas públicas do WhatsApp no Brasil, Dario Durigan, e outros três representantes da empresa no país.
Nesta quarta, após a reunião, tanto o WhatsApp como o ministro negaram que esse prazo de início tenha relação com algum tipo de acordo entre a empresa e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Dizem que a decisão sobre a ferramenta “comunidades” é global e por questões de mercado.
“Totalmente comercial. As decisões que tomaram foi em cima disso, nada a ver com eleições”, afirmou o ministro. “De acordo com o calendário já divulgado, a implementação da funcionalidade no Brasil ocorrerá somente após o período eleitoral”, disse o WhatsApp em nota.
Segundo a Folha apurou, o lançamento global da ferramenta deve ocorrer em setembro, um mês antes das eleições no Brasil.
Bolsonaro aposta nas redes sociais e em aplicativos de mensagem para promover a sua candidatura à reeleição a presidente. Ele tem desacreditado o sistema eleitoral e dito que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE querem limitar a atuação das redes e de seus apoiadores.
Adicionar comentário