O BNDES está trabalhando para atrair mais investidores internacionais na área de infraestrutura. Para fazer isso, o banco está reforçando a oferta de crédito no modelo project finance no recourse. Por essa modalidade, que mira em grandes projetos, as garantias pedidas para o financiamento vêm de direitos da concessão, como receitas de tarifas, sem exigir garantias de acionistas nem de fianças banc árias.
Fábio Abrahão, diretor de Concessões e Privatizações do banco, explica que o foco é viabilizar a entrada de novos players no mercado de infraestrutura em geral no Brasil:
— Estamos fortalecendo cada vez mais essa linha, fazendo o crédito sem ter de puxar uma garantia corporativa. Essa modalidade puxa garantias de dentro do projeto. Isso é agenda importantíssima para trazer o investidor internacional. É assim que se traz um fundo que não pode dar garantia fora do projeto, o investidor que tem balanço fora do Brasil.
De volta de uma rodada de encontros com investidores e operadores de infraestrutura na Europa, ele afirma haver empresas globais e da Ásia buscando plataformas para operar em saneamento no Brasil. São grupos interessados em fazer uma aquisição no país para, a partir desse ativo, começar a operar aqui.
Abrahão avalia que no cenário atual, de alta de juro e incerteza global, diante da invasão da Ucrânia pela Rússia, os projetos podem atrair atenção:
— Num mundo de maior incerteza, longe dos juros negativos, a busca (do investidor) por infraestrutura fica mais forte. É um setor de estabilidade. No saneamento, não há oscilação abrupta de demanda.
O Latam Projects Hub, plataforma digital que reúne projetos em concessão, parcerias público-privadas e privatizações, lançado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), deve ajudar a construir uma “loja âncora” de projetos em infraestrutura na região, diz o executivo.
BNDES e banco de fomento do México (Banobras) atuam em parceria, além da Alide, associação que reúne bancos de desenvolvimento na região.
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