Na reunião ministerial promovida nesta terça-feira no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro expôs sua maior preocupação: a eleição presidencial. De acordo com interlocutores do presidente, ele pediu aos ministros grande atenção às leis eleitorais para evitar qualquer tipo de infração sob os olhos atentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão com o qual o governo vive dias de tensão; e exigiu uma defesa enfática de sua gestão às vésperas da ida às urnas, com um discurso unificado e coeso de seus principais auxiliares.
O ministro da Advocacia-Geral da União, Bruno Bianco, ficou responsável por apresentar aos pares as especificidades da lei eleitoral. Uma espécie de “o que pode e o que não pode” para blindar o governo de problemas com a Justiça, segundo uma fonte. Desde o último sábado, 2, Bolsonaro está proibido pela lei eleitoral de inaugurar obras. Os ministros, por sua vez, estão autorizados fazê-lo, mas sem protagonizar campanha explícita para o presidente, pré-candidato à reeleição.
Bolsonaro ainda cobrou dos presentes celeridade nas entregas, como antecipou ontem o Estadão Broadcast, e um discurso comum em defesa de sua gestão, que será submetida à avaliação popular em outubro. Pela unidade, pediu cautela no momento de conceder entrevistas.
Responsável por acompanhar o andamento de obras e projetos do Executivo, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, não participou da reunião ministerial. Ele está afastado desde segunda-feira, quando passou por um procedimento cirúrgico na vesícula. Por outro lado, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, hoje sem qualquer cargo no governo, marcou presença em posto de destaque. O general deve assumir a vice na chapa de Bolsonaro nestas eleições.
Como mostrou o Estadão, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, também participou da reunião e logo em seguida pegou um resultado positivo para covid-19, após teste de rotina. Agora, está em isolamento e segue sem sintomas. Ainda não há informação sobre testes de outros líderes da Esplanada ou do presidente.
Foto: Agência Brasil
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