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Pacheco diz não haver margem para ação do STF após oposição ameaçar judicializar CPI

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o cenário existente na época da CPI da Covid e o atual são totalmente distintos e que por isso não há espaço para uma decisão do Supremo Tribunal Federal que obrigue a Casa legislativa a instalar agora uma comissão parlamentar de inquérito.

A fala de Pacheco nesta terça-feira (5) se deu horas após a oposição anunciar que vai recorrer ao STF para garantir a instalação da CPI para investigar o balcão de negócios do MEC.

O senador de Minas argumentou que não há recusa da presidência do Senado em realizar a leitura do requerimento da CPI —passo que configura a sua abertura— e nem dos líderes partidários em indicar os senadores para compor o colegiado.

“Aquela [época da CPI da Covid] era uma situação um tanto diversa da situação atual. Neste momento, não temos situação de excepcionalidade e o requerimento será lido, ou seja, o papel da presidência será cumprido com a leitura do requerimento, os blocos e partidos políticos serão instados por meio de seus líderes a fazerem as indicações dos membros. Mas há um acordo da maioria de líderes de que a instalação, a partir das indicações, se dará em um momento oportuno”, afirmou o presidente do Senado.

Ele diz que não há uma recusa de sua parte nem dos líderes partidários em indicar membros. “Apenas informações de que essas indicações se darão em um determinado período de tempo”, completou.

Nesta terça, Pacheco comunicou os líderes partidários que vai realizar a leitura dos requerimentos para a abertura de três CPIs: a da oposição para investigar corrupção no MEC; e duas ligadas ao governo, para apurar obras atrasadas de educação nos governos do PT e também outra para investigar a atuação do narcotráfico e crime organizado na região Norte do país.

A leitura dos requerimentos será feita durante sessão do Senado nesta quarta (6) ou na quinta-feira (7).

No entanto, o senador disse que levaria para os líderes partidários a discussão do momento adequado para instalar as comissões, em particular por causa do ano eleitoral. Durante a reunião do colegiado, os líderes decidiram adiar a instalação para após as eleições de outubro.

Logo na sequência, o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que vai recorrer ao Supremo para garantir a instalação.

À Folha Randolfe disse que vai aguardar até o fim da semana a leitura do requerimento, antes de ingressar com ação no STF. Em relação às indicações, o líder da oposição disse que pretende esperar até o fim do recesso parlamentar, no início de agosto, antes de judicializar a questão.

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