Duas mulheres disputam o cargo de ministra da Educação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito ontem presidente da República pela terceira vez. Izolda Cela, atual governadora do Ceará e ex-secretária de Educação de Sobral, tem o apoio dos ex titulares do MEC em governos petistas Aloizio Mercadante e Fernando Haddad. Fundações e institutos de educação também indicam Izolda por sua experiência em gestão pública educacional, considerada uma das mais exitosas do País, tanto em Sobral como no Estado do Ceará. Mas Simone Tebet (MDB) deu indicações claras de que quer a pasta. A avaliação é de que, se ela bater o pé, ela leva.
Após ter ficado em terceiro lugar no primeiro turno das eleições, Tebet tornou-se uma das principais apoiadoras da campanha do PT e uma eficiente buscadora de votos do centro e de direita. Foi uma das primeiras a receber os agradecimentos públicos de Lula em seu discurso oficial depois de eleito. Educação e saúde eram os principais temas da campanha de Tebet; mas sua predileção é pelo MEC. Uma de suas ideias, que Lula prometeu incorporar, é a de dar uma bolsa para estudantes jovens permanecerem na escola.
Já o nome de Izolda se tornou quase um mantra na cabeça do presidente eleito há poucas semanas. Fora a experiência na área, acredita-se que uma mulher nordestina como titular do MEC teria um grande significado numa pasta destroçada por uma gestão ideológica e ineficiente. Outro ponto crucial é que ela teria mais condições de identificar rapidamente os problemas e as soluções para o ministério.
Lula tem pressa. Quer mostrar serviço nos primeiros 60 dias e ministros que desconhecem as políticas públicas da área devem ser preteridos.
Com esse raciocínio, Haddad aparece como uma terceira opção, já que seus sete anos como ministro da Educação os ajudaria a ser rápido em arrumar a casa. Mas o candidato derrotado ao governo de São Paulo também defende o nome de Izolda e pensa em outros planos no governo Lula para ele mesmo.
Izolda nunca foi filiada ao PT e deixou o PDT após racha este ano dos dois partidos, que foram aliados por décadas no Ceará. Nascida em Sobral, a psicóloga e mestre em gestão esteve entre 2001 e 2006 na secretaria da cidade, que então passou a ser considerada o maior exemplo de política educacional de sucesso no Brasil. Depois, levou as experiências com alfabetização de crianças para todo o Ceará, quando se tornou secretária estadual em 2007. O governo, na época do PDT, passou a dar incentivos materiais e financeiros para que municípios melhorassem a aprendizagem dos alunos.
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