O crescimento de casos da Covid-19 no Brasil acende o alerta para o atraso do país em aprovar e garantir doses da nova geração de vacinas contra a doença, que já foi incorporada em campanhas de imunização de países como Estados Unidos, Chile e Reino Unido há mais de um mês. Especialistas ouvidos pelo GLOBO, além de entidades como a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB), criticam a demora em articular o acesso às novas aplicações, desenvolvidas para a variante Ômicron, e cobram maior celeridade da Anvisa e do Ministério da Saúde.
Para a pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Dalcolmo, é fundamental que as vacinas atualizadas já estivessem disponíveis no país para toda a população adulta como doses de reforço. Ela cita o contexto da chegada da variante BQ.1, que tem demonstrado maior potencial de transmissão e de escapar da proteção conferida pelos imunizantes atuais.
— Era fundamental termos as novas vacinas bivalentes disponíveis neste momento em que há uma nova onda com uma cepa altamente transmissível para imunizarmos toda a população adulta, mas não temos. O pedido da Pfizer (para aprovação) entrou na Anvisa em setembro e até agora, por razões que desconhecemos, não está aprovado. Tudo isso nos deixa perplexos e profundamente preocupados devido ao cenário epidemiológico atual, já estamos atrasadíssimos — diz a especialista, que também é colunista do GLOBO e membro da Academia Nacional de Medicina.
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