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Wagner ameaçou atacar publicamente indicação de Aline ao TCM mas recuou depois de ganhar presidência da Embasa

A confirmação de que o plano do ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, de transformar em conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) a mulher, Aline Peixoto, uma enfermeira, é para valer, demonstrada pela reincorporação esta semana do PP à base governista, enfureceu o senador Jaques Wagner (PT).

Pelo menos três deputados governistas relataram a este Política Livre terem presenciado a irritação do senador com a ideia do seu antecessor, que tem recebido críticas da imprensa nacional, chegando a ser chamada de “esposismo” em editorial do jornal Folha de S. Paulo.

Wagner teria demonstrado todo seu desagrado com o plano ainda durante a reunião em que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) selou a reaproximação com a bancada na Assembleia do PP, partido que rompeu no ano passado com o governo para apoiar a candidatura de ACM Neto ao governo.

Afim de obter mais segurança para a aprovação da indicação de Aline ao TCM pelos deputados, Jerônimo, a pedido de Rui, inesperadamente tratou de atrair de novo o PP à base, o que pegou de surpresa Wagner, para quem o restabelecimento da aliança com o partido era desnecessária no momento.

Na reunião em que trataram da reaproximação com o governo, os políticos assistiram a pelo menos dois telefonemas disparados pelo senador para os representantes de Jerônimo protestando contra o avanço das negociações pela indicação de Aline ao Tribunal.

Num dado momento, os representantes governistas teriam ficado tão constrangidos que fizeram questão de pedir desculpas aos membros da bancada pela interrupção da conversa, além de assegurar que Wagner não tinha, pessoalmente, nada contra os deputados do PP.

Neste mesmo dia, demonstrando toda a sua irritação com a manobra para viabilizar a indicação de Aline, Wagner teria chegado a ameaçar ir à imprensa e mesmo usar as redes sociais para criticar, de público, a ideia de fazer a ex-primeira-dama conselheira, um cargo vitalício com salário estimado em R$ 42 mil.

Ele só teria recuado da ideia, no entanto, depois que, demonstrando habilidade política, Jerônimo entrou em campo e lhe assegurou a indicação da presidência da Embasa, que permanecia até então sem comando exatamente por causa da disputa que o senador protagonizava com Rui pelo controle da estatal.

O ex-governador defendia o nome da diretora de Empreendimentos da empresa, Rita de Cássia Sarmento Bonfim, enquanto Wagner lutava para emplacar o executivo Leonardo Góes, cujo anúncio como presidente da Embasa foi feito por Jerônimo exatamente no dia seguinte à divulgação de que o governo fechou a aliança com o PP.

A escolha causou surpresa nos meios políticos porque apenas dois dias antes Góes havia sido nomeado para a Secretaria Nacional de Segurança Hídrica do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Ele também foi secretário estadual de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS).

Fonte: Política Livre

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